sexta-feira, 11 de maio de 2012

Naquela noite doía-me o amor que havia guardado desde os tempos de mocidade, lá debaixo da cama. Doía-me na garganta e dizia-me baixinho que queria ir embora, que não sabia mais como ficar ali junto do pó e das memórias que esqueci e que, portanto, não mais ficaria. Cerrei os olhos com muita força, virei-me para a parede e, deitada no chão, deixei o amor ir. Depois só me lembro de ter acordado com um rasgão no peito e de ter percebido que quando o amor que guardamos debaixo da cama se vai embora, nos leva também o coração.